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terça-feira, 19 de maio de 2009

"Botando os pingos nos Is"



Conversei essa semana com algumas pessoas que leram meu artigo anterior, algumas delas disseram que concordam com o pensamento do legislador da década de 40, que o menor de 18 anos ainda não tem muita “noção das coisas”, por isso que está sob a responsabilidade dos pais.
Bem, eu acho que tem muita “noção” e vou dizer por quê:
1º - Muitas pessoas iniciam o curso superior sem terem, ainda, completado a maioridade. Pergunto: Como uma pessoa pode começar um curso superior de Direito, por exemplo, onde estudará leis para, futuramente, assistir outras pessoas se não tem capacidade mental desenvolvida o bastante para discerni-las?
2º - Geralmente nos grupos com objetivos criminosos como quadrilhas, bocas de fumo e etc, quem realmente “põem a mão na massa” (comete o crime) são os menores de idade. E sabem por quê? Porque, tanto o traficante quanto o menor sabem que o “Dimenor” é protegido pela lei, e isso, porque conhecem e entendem muito bem a Lei 8.069/90, mais conhecido como ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente (que pra muita gente é um “ecaaaaa” mesmo).
Se a mentalidade deles é desenvolvida o bastante para entender esta lei, é desenvolvida, também, para entender qualquer outra, como, por exemplo, o nosso Código Penal.
É claro que, mudar a lei não será a solução de todos os problemas, já que, se você deixar de futricar um pouquinho no Orkut e der uma analisada, por cima, no ECA vai ver que é uma lei “linda”. Seu objetivo é resocializar o jovem, reeducá-lo. E, na minha opinião, é o que deve ser feito. [Pera aí Gabí! Não entendo, uma hora você diz que a lei não pode mudar; outra, que deveria mudar porque está errada; depois, que como está não é tão errado se ela fosse realmente cumprida]
Ok! Vamos “botar os pingos nos Is”. O jovem de 16 anos já tem discernimento para saber o que é certo e errado, portanto, por justiça, pode ser responsabilizado pelos seus atos. Porém, a lei não pode ser alterada, é fato, algo que não podemos mudar.
Então, analisando a lei vigente hoje [que isso Gabí?], que está “valendo”, se ela fosse realmente seguida, como acontece em raros exemplos, traria bons resultados, pois, seu objetivo não é apenas punir o menor, mas sim, incluí-lo novamente na sociedade. Ela prevê atividades pedagógicas, profissionais, auxilio religioso, assistência social, dignidade, respeito. Enfim, o objetivo desta lei é reeducar o jovem, o Estado daria ao menor infrator aquilo que, muitas vezes, ele não recebeu em casa.
O problema é que, no Brasil, por mais “linda” que seja a lei, dificilmente conseguimos conquistar o objetivo a que ela foi feita, deixando em destaque apenas seus pontos negativos. E por que isso acontece? No próximo post falaremos mais sobre esse ponto.

4 comentários:

  1. Muito bom! Mas ainda acho que essa lei, por mais "linda" que seja, deveria ter como objetivo punir os menores infratores também, além de ressocializa-los e reeduca-los é claro.

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  2. Ah sim Rey, ela tem.. Mas como diz o próprio Eca: "essa é a última hipotese", ou seja, quando não tem mais o que se fazer pune. Isso acaba "facilitando a vida" dos bandidos é ponto negativo da lei e não conseguimos alcançar o positivo que é a reeducação. No próximo post falarei sobre o por quê que isso acontece! ;)

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Pois é Gabi, adorei o "Rey", hahaha! Tava vendo na tv hoje, um dimenor que matou uma menina de 8 anos com um tiro na cabeça, dizem que ele ja tinha passagem pela polícia e ja tinham encontrado antes 3 armas com ele. Pq não punem antes pra ele parar logo de cometer atos ilícitos, ao invés de esperar ele fazer uma barbaridade dessas... realmente a lei falha nessa de só punir como ultima hipótese né!? Assim facilita a vida dos menores infratores!
    Gabi, ta linda na foto, assim vai conquistar milhares de fãs!
    beijos :*

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